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Evento promove debate sobre desafios e perspectivas da Política Informada por Evidências (PIE)

Decit/SECTICS e Fiocruz dialogaram sobre a importância e desafios do uso de evidências para tomada de decisão.

Evento ICICTI PIE

21/06/2024

Promovido pelo Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica (ICICT) da Fiocruz, ocorreu na última sexta-feira (21) evento online do Centro de Estudos ICICT, com o tema Desafios e perspectivas da Política Informada por Evidências (PIE).

Participaram do encontro a Coordenadora-Geral de Evidências em Saúde do Departamento de Ciência e Tecnologia da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (CGEvi/DECIT/SECTCS/MS), Patricia Couto, e o Pesquisador em Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Jorge Barreto.

Patricia Couto apresentou a estrutura e atuação da CEGEvi, ressaltando que evidências não são baseadas em opiniões, mas sim em uma série de dados, relatos e observações que ajudam a suportar uma tese, hipótese ou ponto de vista.

“As evidências devem ser identificadas através de dados. É preciso identificar a melhor evidência disponível para a melhor forma de usá-la, evitando questões individuais em sua aplicação”, frisou.

A coordenadora explicou como as evidências são geradas, sempre com foco em pesquisas de alta qualidade. Inicialmente, é identificado um problema. Após, observa-se o que já foi publicado sobre o tema e avalia-se o que está sendo provado com as pesquisas realizadas.

Então, a síntese de evidências é feita, considerando o contexto local de cada demanda e tendo como objetivo avaliar os resultados e a melhor forma de apresentá-los, considerando a tradução do conhecimento para o público destinado.

Destacou também a importância de se ter evidências científicas nas políticas públicas de saúde. “As PIEs ajudam a reduzir incertezas nas políticas públicas e contribui para políticas mais equitativas”, afirmou Patricia Couto.

Diálogo como palavra-chave

Durante o encontro, a Rede para Políticas Informadas por Evidência do Brasil (EVIPNet Brasil) foi destacada como uma ferramenta fundamental no intercâmbio entre gestores de saúde, academia e sociedade civil para formulação e implementação de políticas e gestão de sistemas de saúde informados por Evidências em Saúde.

Patricia Couto frisou a importância da rede, que conta com um conselho consultivo multissetorial. Composta por diversos Núcleos de Evidência (NEVs) que apoiam a tomada de decisão com a síntese de evidências, a rede estabelece um diálogo e capacita gestores, servidores e envolvidos na gestão de saúde pública.

A coordenadora ressaltou que entre os principais desafios da Rede EVIPNet Brasil estão aumentar o número de NEvs, dificuldade que se dá pelo tamanho continental do país, garantir financiamento para novas ações e dar sustentabilidade a Rede.

Jorge Barreto exaltou a importância da EVIPNet Brasil, dos NEVs e o quanto a rede é ampla. Para ele, a informação é parte importante no processo de tomada de decisão, o que demanda uma responsabilidade muito grande. “Usar uma informação confiável e que antecipe resultados é a essência da PIE” destacou o pesquisador.

Ele afirma ainda que as PIEs são essencialmente um processo participativo, desde a delimitação de um problema relevante até a tomada de decisão.

Participação do Cidadão e Combate à Desinformação

Espectadores questionaram sobre participação do cidadão na formulação das políticas de saúde pública e como é possível combater a desinformação científica. Patricia Couto afirmou que a participação cidadã ocorre com o diálogo deliberativo.

A tradução do conhecimento também é uma ferramenta importante no combate à desinformação científica, tornando a informação científica em informação de fácil entendimento. A coordenadora antecipou que será lançada uma chamada pública para entender a desinformação científica e buscar trazer produtos de disseminação de conhecimento de uma forma fácil de ser comunicada.

Jorge Barreto reforçou que a comunicação de evidências é um desafio crescente e que é importante que os legítimos interessados sejam integrados desde o início do desenvolvimento de uma política. E concordou que a população deve ter acesso a informações científicas com uma linguagem simples e de fácil entendimento.

Fonte: Vicente Ramos/Ministério da Saúde.

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