10/10/2024
A Coordenação-Geral de Evidências em Saúde (CGEvi) do Departamento de Ciência e Tecnologia, da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico Industrial da Saúde do Ministério da Saúde (Decit/Sectics/MS) participou, no dia 4 de outubro de 2024, do encontro promovido pela disciplina de pós-graduação “Políticas em Saúde: O Papel da Evidência”, da Faculdade de Odontologia da Universidade São Paulo (USP).
Durante o evento, o Coordenador-geral da CGEvi, Fábio Cavalcanti, ressaltou o papel fundamental da ciência na tomada de decisões em saúde pública e abordou o papel da rede EVIPNet Brasil na indução do uso de evidências nesse processo. Destacou, também, o esforço conjunto de diversos atores para garantir que essas políticas sejam baseadas em dados robustos e livres de vieses.
“A possibilidade de implementar políticas estruturantes no governo visando beneficiar a população é algo extremamente motivador”, afirmou Fábio Cavalcanti. Ele também frisou que a ciência precisa estar acessível para a população: “É preciso que a pesquisa chegue às pessoas e que haja clareza de uma saúde única para todos”.
Fábio Cavalcanti destacou a missão do Decit como principal agente fomentador de conhecimentos científicos, tecnológicos e de inovação em saúde para incentivar a pesquisa em saúde, com foco no Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo ele, é essencial desenvolver ciência, educação e tecnologia de forma igualitária, para garantir que o SUS se mantenha sustentável e inovador.
O Coordenador explicou que o cenário enfrentado pelos gestores de saúde é composto por um grande volume de demandas, muitas vezes complexas, e que as evidências científicas são essenciais para orientar decisões corretas e eficazes. “A ciência se faz por perguntas e não com “achismos”. Com a política, não é diferente. Ela precisa da ciência para definir para onde vamos e quais são as evidências que sustentam esse caminho”, disse.
Atualmente, a rede EVIPNet Brasil é composta por 36 Núcleos de Evidência (NEv) e 25 grupos de pesquisa mapeados, desempenhando um papel essencial no fortalecimento da formulação de políticas públicas baseadas em evidências científicas. Os NEvs atuam na produção e síntese de evidências, para apoiar a tomada de decisões no âmbito da saúde pública, além de capacitar profissionais e organizações do setor.
Fábio Cavalcanti mencionou, ainda, o papel das Chamadas Públicas no fortalecimento de grupos de pesquisa e desenvolvimento de políticas informadas por evidência, especialmente em situações emergenciais. Como exemplo, citou estudos realizados recentemente para atender às orientações quanto ao uso de máscaras (tipo do material) durante as queimadas, uma questão urgente e atual que preocupa as autoridades de saúde devido aos riscos à população.
Desafios e perspectivas para as Políticas Informadas por Evidência (PIE)
As Políticas Informadas por Evidência (PIE) encontram desafios e perspectivas atuais, como a tradução e disseminação do conhecimento produzido, além da implementação do serviço de resposta rápida em todos os NEvs, visando garantir uma entrega ágil e eficaz diante de questões urgentes. Também há necessidade de se monitorar o uso das evidências geradas para garantir sua aplicação prática, por exemplo.
O Coordenador-Geral da CGEvi afirmou que, para 2025, existe a expectativa da publicação do Regimento Interno da Rede EVIPNet, o fortalecimento dos NEvs existentes e a expansão da Rede para novas instituições. O objetivo das ações é continuar subsidiando a tomada de decisões no SUS com base em estudos sólidos, integrando ainda mais pesquisas científicas e políticas públicas.
Para a Prof.ª Dr.ª Fernanda Campos, responsável pela disciplina na USP, é fundamental que os grupos de pesquisa mantenham um diálogo constante e estejam alinhados entre si e com as ações de governo, para garantir que os investimentos em ciência sejam refletidos em políticas públicas eficazes.
O encontro realizado na USP reforça o diálogo para o uso de evidências científicas na formulação de políticas públicas de saúde em todo o país. O intuito é fortalecer a atuação de redes como a EVIPNet Brasil e o empenho de gestores, professores, pesquisadores e estudantes na construção de um sistema de saúde mais eficiente. Assim, ciência e tecnologia estarão voltadas para atender às necessidades da população de maneira integrada e equitativa.
Fonte: Vicente Ramos/Ministério da Saúde.
Outras notícias