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Oficina apresenta a Rede EVIPNet Brasil para pesquisadores de todo o Brasil

O encontro visa a cooperação e integração para o desenvolvimento e ampliação da Rede EVIPNet no país.

14/05/2024

A Coordenação-Geral de Evidências em Saúde do Departamento de Ciência e Tecnologia da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde do Ministério da Saúde (CGEvi/Decit/SECTICS/MS) promoveu nesta quinta-feira (9) e sexta-feira (10) três oficinas de sensibilização “Conhecendo a Rede EVIPNet Brasil”.

Nelas, foi apresentada a Rede EVIPNet Brasil para pesquisadores de diversas regiões do país, promovendo a integração dos grupos de pesquisa com a Secretaria Executiva da Rede e compartilhando a trajetória dos grupos que trabalham com a produção e disseminação de evidências científicas.

Patricia Couto, coordenadora-geral da Coordenação-Geral de Evidências em Saúde (CGEvi), apresentou a estrutura do Decit e seus 24 anos de atuação, com foco em pesquisa aplicada para o SUS. “Nós somos o principal agente fomentador, na esfera federal, de conhecimentos científicos, tecnológicos e de inovação em saúde. Trabalhamos para o futuro do SUS”, afirma.

Destacou também o aumento de investimento em pesquisas, com R$ 486 milhões investidos em 2023, e ressaltou a importância das evidências científicas para tomada de decisão dos gestores, afirmando que “(…) acreditamos em política informada por evidência, primando sempre por método científico, competência, articulação e ética”.

A Rede EVIPNet Brasil

A Rede EVIPNet é uma iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), com o principal objetivo de promover o uso sistemático e transparente de evidências científicas no desenvolvimento e aprimoramento de políticas de saúde. Para isso, ela reúne a participação de gestores, pesquisadores e da sociedade civil. Além disso, atua na formulação e implementação de políticas, e a gestão dos serviços e sistemas de saúde informados por evidências científicas.

Josicélia Estrela Tuy Batista, membro da Secretaria Executiva da Rede EVIPNet Brasil abordou a história da Rede no país, ressaltando que apesar de ter os mesmos objetivos da rede global, possui características peculiares, como o Conselho Consultivo, composto por todas as secretarias do Ministério da Saúde e instituições parceiras, como a BIREME, que o compõem.

Foi destacada também a atuação da secretaria executiva durante a epidemia da Covid-19, o relançamento do site da EVIPNet em 2022 e retomada do Conselho Consultivo em 2023. Neste ano, a secretaria executiva está realizando o reconhecimento e mapeamento dos Núcleos de Evidências para apresentar a rede e buscar colaboração dos grupos de pesquisa.

Camila Lasse, membro da Secretária Executiva da Rede EVIPNet Brasil, falou sobre as principais atividades desenvolvidas pela Secretaria-Executiva da EVIPNet (SE EVIPNet), como rotina administrativa, manutenção do portal da rede, oferecimento de cursos e apoio aos Núcleos de Evidências (NEvs).

Projetos de Pesquisa por todo o país

O encontro contou com a participação de pesquisadores de todo o Brasil, como Dra. Cândida Caniçali Primo, da UFES (Universidade Federal do Espírito Santo), que apresentou o laboratório CuidarTech – Ensino, Extensão e Pesquisa em Tecnologia Aplicada à Saúde.

O laboratório atua na comunicação em saúde e tradução do conhecimento das melhores evidências para a comunidade e profissionais de saúde, utilizam personagens para comunicar com diversos público. Assim, busca tornar o conhecimento mais acessível de forma lúdica e interativa, com foco na comunidade.

Prof. José Alexandre Bachur, da Universidade de Franca (UNIFRAN) apresentou o Grupo de Estudos em Tecnologias e Evidências em Saúde e Ensino (GETESE) e ressaltou o apreço pela prática de saúde baseada em evidências. Ele destacou que seu projeto está em processo de reestruturação e apresentou seu grupo de pesquisa, que estão buscando desenvolver aplicativos no sentido do uso de evidências.

Aloisio Junior citou uma parceria entre a Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) e as policlínicas regionais de saúde das cidades de Itabuna e de Teixeira de Freitas. O projeto ainda está em fase implantação do NEv e pretende responder questionamentos de regiões do estado para atender solicitações neste cenário pós-pandemia.

Prof. Luiz Hespanhol, da Universidade de São Paulo (USP) apresentou o SCIMPLE: Epidemiology e Implementation Science Research Group, um grupo de pesquisa que conta com a participação de pesquisadores de outros países e busca trabalhar com ciência da Implementação e Disseminação (D&I) em Saúde em qualquer nível. O grupo é aberto para alunos e profissionais, com produção conteúdos como vídeos e podcasts. Também há encontros para discussão de temas e livros científicos.

Dra. Josiane Steil, por sua vez, apresentou o Laboratório de Prática Baseada em Evidências (LAPEB) do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina (IFSC), que tem como objetivo desenvolver produtos, através da pesquisa, que possam melhorar a qualidade da assistência de enfermagem, ensino e aprendizagem em saúde e enfermagem. Ela destaca que é preciso trabalhar com o contexto dos profissionais, nas práticas e “no que é viável no cotidiano”.

Prof. Dr. Gyllandeson de Araújo Delmondes apresentou o Grupo de Ensino, Pesquisa e Extensão em Saúde Baseada em Evidências (GEPESBE), da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF). O grupo ainda é recente, com foco em práticas multidisciplinares de Saúde Baseada em Evidências e Avaliação de Tecnologia em Saúde. Os planos de trabalho vão desde o nível básico até o mais alto de evidência científica e existe a oferta de cursos de análises de dados, tanto para assessoria quanto para ensino e capacitação. O professor também destacou como produtos em desenvolvimento a “Karrankas Score”, uma ferramenta de avaliação de Tecnologias em Saúde (TS).

 

Uso de evidências e tradução do conhecimento

Dra. Edna Morais, professora da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal) apresentou seu grupo de Estudos e Pesquisa em Comunicação Humana e seus Distúrbios. Com foco em investigação e uso de evidências na área da fonoaudiologia, o grupo conta com a participação de pesquisadores de outros cursos, como medicina, terapia ocupacional e enfermagem.

Ela acredita ser possível contribuir com a EVIPNet Brasil na busca de evidências por meio de pesquisas, sensibilizando equipes de reabilitação para uma prática clínica apoiada em evidências de boa qualidade. Também espera que o projeto auxilie na contínua tradução do conhecimento, busca por evidências de qualidade e na tomada de decisões para uma saúde de qualidade.

Dra. Grasiely Borges, professora da UFSB (Universidade Federal do Sul da Bahia), apresentou o Núcleo de Evidências do Sul e Extremo Sul da Bahia (NEV-SESBA). Entre as principais linhas de pesquisa do grupo estão Cuidado e Tecnologia em Saúde, Doenças e agravos não transmissíveis, Diabetes, Saúde do Trabalhador e Saúde Baseada em Evidências.

A professora acredita que o apoio à rede EVIPNet Brasil ocorre principalmente na tomada de decisão, produção de produtos e divulgação de PIE no Brasil. Também espera que a rede EVIPNet fomente a colaboração e parceria entre os membros dos grupos de pesquisa e divulgue os produtos produzidos pelos NEVs.

Dra. Yara Moreno e Dra. Daniela Hauschild, professoras da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), apresentaram o Grupo de Pesquisa em Nutrição Baseada em Evidências para a Prática Clínica (INTEGRATE), que conta com participação de pesquisadores de diversas instituições, estudantes e profissionais que atuam em prática clínica. O grupo tem como objetivo a realização de pesquisas voltadas para a área de nutrição clínica, com ênfase em aspectos do processo do cuidado em nutrição, prática clínica, de caráter interdisciplinar e em Saúde Baseada em Evidências.

Há também a preocupação na forma como os profissionais de saúde traduzem e entendem as diretrizes. Para Dra. Yara, o foco na tradução do conhecimento voltado para o profissional de saúde é importante, uma vez que “(…) a maior parte das nossas pesquisas tem como demanda inicial os profissionais que estão no atendimento direto aos pacientes”, afirma.

As responsáveis pelo projeto compartilharam o desejo de, a partir das pesquisas desenvolvidas, fornecer subsídios para elaboração de políticas públicas e protocolos de práticas de cuidado nutricional, tanto em ambiente hospitalar e quanto ambulatorial.

Patricia Couto elogiou os projetos apresentados e lembrou que os NEvs devem estar articulados com a gestão. Assim, é essencial mapeá-los, descobrir os interessados e integrá-los a EVIPNet, colaborando na sensibilização dos gestores.

Fonte: Vicente Ramos/Ministério da Saúde.

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